segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Depois de Nazira, Caetana dá o tom.

Entrevista que Eliane concedeu ao jornal O Estado de São Paulo em 2003, quando interpretava Caetana, na minissérie A Casa das Sete Mulheres.

Eliane Giardini brinca com a sorte de só ter beijado homens bonitos em seus últimos trabalhos na TV e comemora o sucesso de sua personagem, mulher de Bento Gonçalves, na minissérie “ A Casa das Sete Mulheres”, da Globo.

Beatriz Coelho da Silva- Repórter



Entre as infelizes personagens de A Casa das Sete Mulheres, Caetana, mulher do herói Bento Gonçalves, vivida por Eliane Giardini, é abençoada pela sorte. Bem-casada, rodeada de filhos, ela espalha ternura e firmeza pela família e ainda provoca suspiros no público masculino, com mais entusiasmo que as reações suscitadas por seu parceiro de cena, o galã gaúcho Werner Shunemman, nas mulheres. Caetana é toda o contrário de Nazira, da novela O Clone, sucesso anterior de Eliane, por ser frustrada e não ter papas na língua.

Ela se identifica com Caetana, mas adorou Nazira - papel que lhe garantiu o prêmio APCA, da Associação Paulista dos Críticos de Arte, como melhor atriz de 2002. - “Era uma palhaçada só, um divertimento”, Lembra. Eliane recebeu o 'estado' em casa, na Barra da Tijuca, cercada de floresta por todos os lados. Nesse ambiente tem-se a impressão de que a única coisa que a incomoda atualmente é o aplique que alongou seus cabelos até a cintura e a deixou mais sensual, mas definitivamente não combina com o verão carioca.


Estado: A Caetana é uma mulher completamente realizada, enquanto a Nazira, sua personagem anterior, era só frustração. Qual das duas é como você?

Eliane Giardini- Nem uma nem outra porque a gente é sempre um pouco de cada coisa. Adoro a Caetana porque ela tem tudo: amor, é o arquétipo da mãe, boa fêmea e não é a boazinha chata. Só que, na minissérie, ela é idealizada porque a relação da Caetana com o Bento Gonçalves não foi como estamos mostrando. Eles viveram uma historia de muito amor e pouco cotidiano. Imagine que ele teve 50 filhos com outras mulheres e só aparecia em casa de vez em quando para fazer mais um com ela.
A Nazira também foi ótima porque era muito divertida e o público se identificava com seu jeito franco de não ter papas na língua. Era uma farra. Quando a gente se juntava no cenário do Antonio Calloni e da Letícia Sabatella era um divertimento, uma palhaçada só. Agora, eu me identifico mais com a Caetana até por minha história pessoal, por ter o lado afetivo suprido e me sentir realizada com o que faço.


Estado: Mas o sucesso demorou a chegar para você, não foi?

Eliane: É engraçado porque tive uma boa carreira no teatro, mas na televisão demorou, só veio aos 40 anos, com a Dona Patroa, de Renascer. Na época, eu me sentia meio frustrada, mas hoje acho que as coisas aconteceram na hora certa. No momento em que minhas filhas (Juliana, de 26 anos, e Mariana, de 22, do ator Paulo Betti) mais precisaram de mim, eu tinha tempo para elas, pois trabalhava á noite. Agora que passo o dia inteiro gravando, elas já são adultas e não dependem da minha presença. Quando penso naquele período, acho que foi um dos mais ricos da minha vida porque foi quando eu mais estudei, me aprimorei, fiz analise e me preparei para o que aconteceu de bom depois.


Estado: Você disse há pouco que tem o lado afetivo suprido. Você está namorando ou está só?

Eliane: Eu me referi á minha vida familiar, que é estável, junto com minhas filhas, que só me preocupam dentro do que é normal, pois quero vê-las realizadas. Mas não estou namorando, não. Nem dá tempo porque estou trabalhando demais. De segunda a sábado, passo o dia inteiro no Projac (Central de produção da Rede Globo) e domingo fico para cuidar da vida pessoal.


Estado: Como é o seu entrosamento com o Werner Shunemman, seu marido na minissérie?

Eliane: É ótimo. Eu vejo acontecer com ele o mesmo que ocorreu comigo quando fiz a Dona Patroa, inclusive ele tem a mesma idade que eu tinha na época,  está na faixa dos 40 anos. Como eu, ele tinha uma sólida carreira de ator, mas ainda não tinha provado esse lado pop do sucesso, que é a fama. É uma mudança brusca, que traz 90% de coisas boas e 10% de coisas chatas. A gente se deu bem desde o inicio, a começar por essa identificação. E ele é um ator muito talentoso, fica fácil contracenar assim.


Estado: As outras mulheres não ficam com inveja de você estar fazendo cenas quentes e beijando o galã do momento?

Eliane: Realmente, essa química entre a gente funcionou em cena, mas ninguém faz esse tipo de comentário. É normal haver cenas assim numa novela ou minissérie. Aliás, tenho dado sorte. Em Os Maias, eu era a madame Gouvarinho, amante do Eduardo, personagem do Fábio Assunção. Em O Clone, meu par romântico era o Raul Gazolla. Ou seja, nos últimos três anos, só tenho visto olhos verdes passarem pela minha frente.


Estado: Você também desperta suspiros no público masculino. Como faz para manter a forma?

Eliane: Eu tento fazer ginástica e comer as coisas certas, mas agora não tem dado tempo. Na verdade, a televisão engorda a gente um pouco. Estou com 55 quilos e acho que este é um peso legal.



3 comentários:

  1. Essa entrevista como todas as outras é Maravilhooosa!!! Adoro a maneira que ela se justifica e responde as coisas!!! Talento puro! Os anos passam e Eli continua lindaaa!!! Só conspiram a seu favor!

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  2. É o rosto mais lindo e harmonioso da telesão brasileira , quem sabe haverá outro com certeza, depois que Eliane cumprir sua missão aqui na terra. Mas na verdade mesmo, o que penso, é que o rosto de Eliane , os seus olhos exteriorizam , o que ela guarda bem lá dentro do coraçao e da alma. Tenho certeza que se trata de uma mulher forte e extremamente generosa.

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