sexta-feira, 30 de novembro de 2012

"Prêmio 'Governador do Estado' para os melhores do teatro em 84"

Quando um trabalho é bem feito, merece ser premiado, pois bem, Eliane recebeu por muitas vezes, prêmios por seu maravilhoso trabalho. Dentre tantos, hoje relembraremos o prêmio "Governador do Estado" de melhor atriz, que Eliane recebeu no ano de 1984, quando ainda fazia parte do grupo Pessoal do Victor.
A matéria que segue é do jornal "O Estado de São Paulo" e data de 12 de dezembro de 1984. 


"Governador do Estado" para os melhores do teatro em 84.


A partir deste ano os profissionais de teatro voltam a contar com mais um prêmio, o "Governador do Estado". Na semana passada foram divulgados os ganhadores na área de cinema e ontem o secretário de Cultura do Estado, Jorge Cunha Lima, anunciou os nomes dos melhores do teatro, cabendo à peça “Feliz Ano Velho”, do Grupo Núcleo do Pessoal do Vitor, da Cooperativa Paulista de Teatro, o prêmio de melhor espetáculo do ano. Essa peça está atualmente em cartaz no Rio.


Os demais premiados são: Mauro Chaves, melhor autor, por ‘Cabeça & Corpo,’ que também deu a Eliane Giardini o prêmio de melhor atriz; Paulo Betti foi escolhido o melhor diretor pelo trabalho em “Feliz Ano Velho”, enquanto Adilson Barros foi o melhor ator pelo mesmo espetáculo. Claudia Alencar receberá o premio de melhor coadjuvante em “Quase 84”, e Flávio Império, por sua vez, foi considerado o melhor cenógrafo pelo trabalho em “Chiquinha Gonzada, Ô Abre Alas!”, que completa hoje 450 representações no Teatro Popular do Sesi, além de Maurice Vaneau ter sido o melhor figurinista, por “Oh La La belle Époque”, e Zeca Sampaio e Cristina Serrone os melhores compositores, pela trilha sonora de “Os Amores de Lorca”.

Antonio Carlos Nóbrega receberá menção honrosa por “Maracatu Misterioso”, assim como o Grupo Pon-Kã, por “ Tempestade em Copo d’Agua”, o Grupo Tragoi, por “Édipo Rei”, o Teatro Popular do Sesi por 20 anos de teatro; Augusto Francisco pela cenografia e figurinos de “Os Amores de Lorca”, e Iacov Hillel, pela “ O Dibuk”.

A entrega dos prêmios- um milhão e meio de cruzeiros, mais um objeto de arte criado por Marcelo Nitsche, enquanto os de menção honrosa só fazem jus ao objeto de arte- será na próxima segunda-feira às 21 horas, no teatro Sérgio Cardoso, seguindo por um show, com nome ainda a ser confirmado.

O prêmio 'Governador do Estado' volta a ser entregue depois de cinco anos de ausência. Para a seleção dos que mais se destacaram na área de teatro foram convidados os seguintes nomes: José Eduardo Vendramini, Lizete Negreiros, Ilka Martinho Zanotto e Clóvis Garcia, críticos de 'O Estado', e 'Sábato Magaldi', do 'Jornal da Tarde'.

O último 'Governador do Estado' para a área foi entregue em 79, tendo sido o espetáculo “ Macunaíma”, adaptação de Antunes Filho, o grande vencedor do ano, recebendo não só o prêmio como também todos os outros distribuídos em São Paulo- “Macunaíma” ainda pode ser visto, a peça está em cartaz no Teatro Anchieta, com nova montagem e o mesmo diretor.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Depois de Nazira, Caetana dá o tom.

Entrevista que Eliane concedeu ao jornal O Estado de São Paulo em 2003, quando interpretava Caetana, na minissérie A Casa das Sete Mulheres.

Eliane Giardini brinca com a sorte de só ter beijado homens bonitos em seus últimos trabalhos na TV e comemora o sucesso de sua personagem, mulher de Bento Gonçalves, na minissérie “ A Casa das Sete Mulheres”, da Globo.

Beatriz Coelho da Silva- Repórter



Entre as infelizes personagens de A Casa das Sete Mulheres, Caetana, mulher do herói Bento Gonçalves, vivida por Eliane Giardini, é abençoada pela sorte. Bem-casada, rodeada de filhos, ela espalha ternura e firmeza pela família e ainda provoca suspiros no público masculino, com mais entusiasmo que as reações suscitadas por seu parceiro de cena, o galã gaúcho Werner Shunemman, nas mulheres. Caetana é toda o contrário de Nazira, da novela O Clone, sucesso anterior de Eliane, por ser frustrada e não ter papas na língua.

Ela se identifica com Caetana, mas adorou Nazira - papel que lhe garantiu o prêmio APCA, da Associação Paulista dos Críticos de Arte, como melhor atriz de 2002. - “Era uma palhaçada só, um divertimento”, Lembra. Eliane recebeu o 'estado' em casa, na Barra da Tijuca, cercada de floresta por todos os lados. Nesse ambiente tem-se a impressão de que a única coisa que a incomoda atualmente é o aplique que alongou seus cabelos até a cintura e a deixou mais sensual, mas definitivamente não combina com o verão carioca.


Estado: A Caetana é uma mulher completamente realizada, enquanto a Nazira, sua personagem anterior, era só frustração. Qual das duas é como você?

Eliane Giardini- Nem uma nem outra porque a gente é sempre um pouco de cada coisa. Adoro a Caetana porque ela tem tudo: amor, é o arquétipo da mãe, boa fêmea e não é a boazinha chata. Só que, na minissérie, ela é idealizada porque a relação da Caetana com o Bento Gonçalves não foi como estamos mostrando. Eles viveram uma historia de muito amor e pouco cotidiano. Imagine que ele teve 50 filhos com outras mulheres e só aparecia em casa de vez em quando para fazer mais um com ela.
A Nazira também foi ótima porque era muito divertida e o público se identificava com seu jeito franco de não ter papas na língua. Era uma farra. Quando a gente se juntava no cenário do Antonio Calloni e da Letícia Sabatella era um divertimento, uma palhaçada só. Agora, eu me identifico mais com a Caetana até por minha história pessoal, por ter o lado afetivo suprido e me sentir realizada com o que faço.


Estado: Mas o sucesso demorou a chegar para você, não foi?

Eliane: É engraçado porque tive uma boa carreira no teatro, mas na televisão demorou, só veio aos 40 anos, com a Dona Patroa, de Renascer. Na época, eu me sentia meio frustrada, mas hoje acho que as coisas aconteceram na hora certa. No momento em que minhas filhas (Juliana, de 26 anos, e Mariana, de 22, do ator Paulo Betti) mais precisaram de mim, eu tinha tempo para elas, pois trabalhava á noite. Agora que passo o dia inteiro gravando, elas já são adultas e não dependem da minha presença. Quando penso naquele período, acho que foi um dos mais ricos da minha vida porque foi quando eu mais estudei, me aprimorei, fiz analise e me preparei para o que aconteceu de bom depois.


Estado: Você disse há pouco que tem o lado afetivo suprido. Você está namorando ou está só?

Eliane: Eu me referi á minha vida familiar, que é estável, junto com minhas filhas, que só me preocupam dentro do que é normal, pois quero vê-las realizadas. Mas não estou namorando, não. Nem dá tempo porque estou trabalhando demais. De segunda a sábado, passo o dia inteiro no Projac (Central de produção da Rede Globo) e domingo fico para cuidar da vida pessoal.


Estado: Como é o seu entrosamento com o Werner Shunemman, seu marido na minissérie?

Eliane: É ótimo. Eu vejo acontecer com ele o mesmo que ocorreu comigo quando fiz a Dona Patroa, inclusive ele tem a mesma idade que eu tinha na época,  está na faixa dos 40 anos. Como eu, ele tinha uma sólida carreira de ator, mas ainda não tinha provado esse lado pop do sucesso, que é a fama. É uma mudança brusca, que traz 90% de coisas boas e 10% de coisas chatas. A gente se deu bem desde o inicio, a começar por essa identificação. E ele é um ator muito talentoso, fica fácil contracenar assim.


Estado: As outras mulheres não ficam com inveja de você estar fazendo cenas quentes e beijando o galã do momento?

Eliane: Realmente, essa química entre a gente funcionou em cena, mas ninguém faz esse tipo de comentário. É normal haver cenas assim numa novela ou minissérie. Aliás, tenho dado sorte. Em Os Maias, eu era a madame Gouvarinho, amante do Eduardo, personagem do Fábio Assunção. Em O Clone, meu par romântico era o Raul Gazolla. Ou seja, nos últimos três anos, só tenho visto olhos verdes passarem pela minha frente.


Estado: Você também desperta suspiros no público masculino. Como faz para manter a forma?

Eliane: Eu tento fazer ginástica e comer as coisas certas, mas agora não tem dado tempo. Na verdade, a televisão engorda a gente um pouco. Estou com 55 quilos e acho que este é um peso legal.



domingo, 25 de novembro de 2012

Participação dos Modernistas em JK

E a minissérie JK (exibida em 2006 e recentemente reprisada no canal Viva) contou com a participação especialíssima de atores de Um Só Coração (2004), que reviveram Tarsila do Amaral (Eliane Giardini), Oswald de Andrade (José Rubens Chachá) e Mário de Andrade (Pascoal da Conceição). 

A participação dos atores deu-se no segundo episódio da trama, quando da passagem dos artistas modernos em Minas Gerais, no período chamado de "Descobrimento do interior do país", em que eles buscavam inspirações para suas obras, conforme aponta a fala de Tarsila:  

"Em Minas eu estou descobrindo o Brasil. Aqui eu encontrei as cores que eu amava quando eu era pequena, mas ensinaram-me que elas eram feias, caipiras... me refinaram o gosto e eu acabei perdendo aquilo que eu mais amava: o verde berrante, o amarelo cantante... esse azul puríssimo e o rosa desavergonhado (risos) e estas formas tão... tão profundamente nossas."

Segue vídeo da cena:





quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Relembrando "A memória da água"

Eliane encenou ao lado de Andréa Beltrão e Ana Beatriz Nogueira a peça "A memória da água". Relembramos esse espetáculo através da Matéria publicada no 'Jornal da Tarde' no dia 11 de janeiro de 2002, Caderno C - Variedades.


Três irmãs abertas para balanço


Andréa Beltrão, Eliane Giardini e Ana Beatriz Nogueira são estrelas de “A memória da água”, peça da inglesa Shelagh Stephenson, que mostra três irmãs reunidas para organizar o velório da mãe e, principalmente, prestar contas com um passado diferente para cada uma delas.
André Nigri – Jornal da Tarde


    “Eu acho que as suas memórias não são as mesmas que as minhas” diz uma das irmãs na peça “A memória da água”. No texto da autora inglesa Shelagh Stephenson, cada uma das protagonistas possui uma versão diferente do passado, embora as três irmãs tenham crescido juntas na mesma casa.

    No começo da peça que  estreia em São Paulo hoje- depois de uma temporada de sucesso no Rio- elas estão reunidas para organizar o funeral da mãe na casa onde passaram a infância e a adolescência. Ali elas dão inicio a uma espécie de balanço emocional de suas vidas provocado pela morte de sua mãe, elemento que as mantinha unidas. 

    É esse, em resumo, o enredo de “A Memória da água”, a mais recente montagem dirigida pelo carioca Felipe Hirsch- autor e diretor entre outras, A Vida é cheia de Son & Fúria, inspirada no romance Alta Fidelidade”, de Nick Hornby.

    Mais uma vez Hirsch recorre a um texto estrangeiro para investigar os caprichos da memória e o uso que dela as pessoas fazem para reconciliar-se com o passado e restaurar o equilíbrio no presente.

    Em cena Andréa Beltrão é o destaque do elenco no papel de Maria, uma médica neurologista de 38  anos, inteligente, fria e que mantém um caso com um colega casado. Por seu desempenho a atriz foi indicada para os prêmios Governador do Estado e Shell.

    Maria, a filha mais sensível à desestrutura familiar, foi o maior desafio de sua carreira: “Jamais fiz um personagem com tamanha densidade. Pensava que não ia conseguir”.

     Se Maria é a irmã visitante, Teresa, vivida por Eliane Giardini, é a residente, a que nunca se afastou da cidadezinha à beira-mar onde nasceu. Ficou para cuidar da mãe e tocar um casamento em crise. É, das três, a que retém mais vivas as lembranças da casa, mas é a menos bem-sucedida.

     Completa o triângulo Catarina (Ana Beatriz Nogueira), a caçula rebelde, incomunicável em seu discurso de “patinho louco” da família.
     
     Se a memória é tema recorrente no teatro de Hirsch, alguns elementos cênicos já utilizados por ele estão de volta em “A Memória da Água”. Uma tela transparente separa o palco da plateia provocando o efeito de uma neblina no olhar, assim como a projeção de imagens com influências de Stanley Kubrick e Ingmar Bergman.


     A água não está apenas presente no título. Sua presença é constantemente evocada. Uma das personagens explica que a água é um elemento capaz de reter, como uma fita magnética, os agentes com que entra em contato quando se registra uma mistura.
      
     Mas ao mesmo tempo a água é sempre uma ameaça por sua força diluidora e destrutiva. Como metáfora e como presença real, os personagens estão ameaçados. A casa onde preparam o cadáver da mãe para a cremação está rachando, e como está debruçada em um penhasco sobre o mar, seus alicerces podem ser derrubados pela força das ondas. 

Eliane Giardini compara seu personagem na peça "Édipo Rei" com romance de Muricy em "Avenida Brasil".


As semelhanças entre suas personagens mais recentes vêm divertindo Eliane Giardini (60). A atriz, que semana passada estreou a tragédia Édipo Rei, de Sófocles, no papel de Jocasta, no Espaço Sesc, Zona Sul do Rio, admite que acha graça por estar às voltas com amores mais jovens pelo segundo trabalho seguido. “Agora, em vez do Divino, estou em Tebas, na Grécia. (risos) Eu acho ótimo viver tipos que têm parceiros mais novos.  Os dois trabalhos são fortíssimos. Jocasta é visceral e intensa”, contou, citando a novela Avenida Brasil, encerrada mês passado, em que seu personagem, Muricy, teve um romance com o garotão interpretado porJuliano Cazarré (32).
No clássico grego, a rainha Jocasta, figura que mescla maternidade e sexualidade — como a fogosa Muricy —, casa-se com seu filho Édipo, depois que este assassina o próprio pai. Paulo Betti (60), exmarido da atriz, falou com empolgação do trabalho. “Eliane me emociona, tem maturidade e compreensão do que está fazendo em cena. Fico feliz de vê-la atuando em texto de tamanha envergadura”, elogiou.

Fonte: Caras Online

sábado, 17 de novembro de 2012

Trends Brasil: 16.11.2012

   Tuiteiros relembram a saudosa trama das 21h, Avenida Brasil. 
   Na noite da última sexta-feira, tuiteiros comentaram a respeito de o que estaria acontecendo no capítulo da trama de João Emanuel Carneiro e utilizaram a hastag, acentuada no print abaixo, para tecer comentários acerca da novela e seus personagens. A Família Tufão foi lembrada através das fugidinhas de Muricy (Eliane Giardini) e Leleco (Marcos Caruso). Só saudades agora! ;)


terça-feira, 13 de novembro de 2012

Crítica à peça Édipo Rei, por Hildegard Angel

Começaram a sair as primeiras críticas.... Vamos à elas!
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ÉDIPO REI, NO TEATRO DO SESC, UM PROGRAMA QUE RECOMENDO

Por Hildegard Angel

 

     Fui assistir ao Édipo Rei no teatro do Sesc, em Copacabana…
    A tragédia grega atravessa séculos, milênios, e não perde a densidade. Ganha. Mesmo com a morte se tornando rotineira. Mesmo com os horrores da guerra, os massacres, os fornos crematórios, as fossas coletivas, bombas atômicas, guerras bacteriológicas, perseguições religiosas, dizimações étnicas, indescritíveis torturas e monstruosos suplícios ao longo de todos os séculos, com todos os horrores que a espécie humana consegue conceber e produzir, os “micro-ondas”, as mais vis máquinas de tortura e de morte, com as ditaduras, Guantanamo, os paredões, as indignidades, infâmias e blasfêmias. Mesmo com todos os morticínios, de todas as épocas da Humanidade, a tragédia grega se mantém de pé com seu impacto, é incomparável em sua essência dramática, fere-nos no mais fundo de nossa dor…
    Montá-la é sempre um grande passo na carreira de qualquer produtor. Interpretá-la, o mesmo, na de um ator…
   Nós, público, temos que agradecer, cada vez que isso acontece, pela oportunidade de voltar a estar, como desta vez, com o texto de Sófocles…
    Gustavo Gasparani, intérprete do papel-título, ousou também a coragem da montagem. Minhas entusiasmadas congratulações pelos dois aspectos…
    Amir Haddad compõe um Tirésias, o adivinhador, que vem do âmago, não só dos sentimentos, como da vivência do verdadeiro e grande homem do teatro…
    Eliane Giardini, que grande Jocasta! No físico e no desempenho. Enche a arena com sua verdade e sua intensidade. Boa atriz não tem discussão. E importante: a novela ficou pra trás…
    O Arauto Thiago Magalhães despeja o relato da tragédia acontecida nos bastidores, e cada átomo da plateia do teatro de arena fica paralisado, escutando. Visualizando. Desencumbe-se muito bem…
    O Corifeu, Fabiana de Mello e Souza, o Creonte, César Augusto, o impecável Rogério Fróes, impressionante como o Pastor, o Emissário Petro Mario Biogianchini, um elenco absolutamente harmonioso e bem sincopado. Até mesmo Louise Marrie, a Antígona, e Ismênia, Nina Malm, sem falas, se saem bem em sua ação silenciosa e expressiva. São presenças muito belas, todo o tempo em cena…
    E já que estou com o elogiômetro solto, pois o espetáculo a isso inspira – não à toa o diretor Eduardo Wotzik desfruta do alto conceito que tem (vão assistir e concordarão comigo): Figurinos de Marcelo Olinto, cenografia Bia Junqueira, iluminação Quinderé, direção musical Marcelo Alonso Neves, visagismo de Uirandê Holanda, em tudo há cuidado e esmero. Sófocles, em excelentes companhias…
    Felipe Antello e Murilo O’Reilly, os músicos, na percussão envolvente, desde o instante em que pisamos no teatro, ao som dos tambores prenunciando o trágico….
    O programa, muito bem realizado, traz fotos do talentoso Murillo Meirelles. Uma produção cuidada, com patrocínio da Eletrobrás, que há tempos se notabiliza pelo prestígio ao teatro nacional…
    Reparo: alguns atores devem aumentar o volume da voz. Nos dias atuais, é alta a faixa etária das plateias, as pessoas não escutam a mesma coisa, não tem sentido os atores não se esforçarem em articular bem e projetarem vogais e consoante com clareza. Só isso…
     Depois, eu e meu grupo fomos curtir o after play na Fiorentina superlotada. O garçom me confidenciou que àquela hora a casa já devia ter atendido a mais de 1.500 clientes. A Fiora (apelido carinhoso) é assim: a noite acaba nunca…
    A horas tais, entrou na pizzaria o elenco do Édipo, com Eliane Giardini à frente. Era mais um cast carioca à bordo. E Catito Perez, o proprietário, me revelou: “Este mês estamos completando 500 espetáculos”. Tradução: desde que foi reaberta pelo Catito há 15 anos, já são 500 espetáculos que a casa contempla com seu patrocínio, leia-se boca livre total para todo o elenco e a técnica ao longo de toda a temporada que estiverem em cartaz. E não são apenas os espetáculos com artistas famosos. Também as peças de teatro amador são contempladas…
   Não espantam os 1.500 clientes atendidos naquele dia. O bem que se faz a nós retorna. Nessa “lei da natureza” acredito. Aquele lance da energia positiva que atrai efeitos positivos. E o mesmo quando se trata de energia ruim…
   E assim vai longe o nosso Catito, Catito, Catito mio. Catito nosso. Que naquela noite jantava com o Heraldo Pereira e a bela mulher do jornalista, e contava a ele sobre seus planos para a casa de pedra da Avenida Atlântica, que ele comprou e quer transformar num hotel de charme como o Rio de Janeiro jamais viu. E está precisando…

Link: [Aqui]





 

Crítica à peça 'Édipo Rei'

Começaram a sair as primeiras críticas.... Vamos à elas!

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Nossa Jocasta Eliane Giardini, está perfeita... 
 

     Nossa Jocasta em Édipo Rei está superior. Não percam.... No teatro do Sesc, em Copacabana… A tragédia grega que atravessa séculos, milênios, em nossos dias: morte rotineira, a guerra, os massacres, fornos crematórios, bombas atômicas, guerras bacteriológicas, perseguições religiosas, dizimações étnicas, torturas, ditaduras, paredões, indignidades, infâmias, blasfêmias, morticínios...... tal e qual a tragédia grega.... 
    Gustavo Gasparani é o intérprete do papel-título, e responsável pela montagem; Amir Haddad, o Tirésias adivinhador, grande homem do teatro; o Arauto Thiago Magalhães  relata a tragédia para a plateia do teatro de arena muda, admirada; Corifeu, Fabiana de Mello e Souza, Creonte, César Augusto, Rogério Fróes como o Pastor, o Emissário Petro Mario Biogianchini, elenco perfeito. 
    O diretor Eduardo Wotzik impecável; Figurinos de Marcelo Olinto, cenografia Bia Junqueira, iluminação Quinderé, direção musical Marcelo Alonso Neves, visagismo de Uirandê Holanda, Felipe Antello e Murilo O’Reilly, os músicos, na percussão..... os tambores impressionam….
    No programa, fotos do Murillo Meirelles.
    Não percam....


Link: [Aqui]





sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Na boca de cena com Eliane Giardini


Mês de novembro será marcado por grandes estreias no teatro carioca. Um dos espetáculos mais aguardados pelo público e pela classe artística é “Édipo Rei”, o clássico da tragédia grega é dirigido por Eduardo Wotzik. No elenco uma das mais belas e talentosas atrizes brasileiras: Eliane Giardini. Em entrevista exclusiva para o Rio No Teatro a atriz que começou a brilhar nos palcos com 17 anos fala sobre carreira, sucesso, comédias e dramas. Após seis anos afastada dos palcos Eliane volta em grande estilo. Desliguem seus bips e aparelhos celulares. O show já vai começar



RNT:  Como foi o inicio de sua carreira? Quando decidiu que queria ser atriz?
Eliane Giardini: Minha vontade de ser atriz nasceu no camarim de um teatro em Sorocaba onde ia com minha amiga Salete ver os ensaios de peças amadoras onde seu pai era ator. Éramos adolescentes e não podíamos ficar na plateia. Acompanhávamos os ensaios e depois as peças já estreadas sempre do camarim ou da coxia. Ali alimentei o sonho e nenhuma outra profissão me parecia mais sedutora. Tive sorte. Aos dezessete anos, meu tio Solha, resolveu fazer um filme onde morava e mora até hoje,  na Paraíba. Lá fui eu fazer o filme e confirmei minha intuição sobre a profissão escolhida. Quando voltei, fui convidada por Roberto Gentil, um diretor sorocabano para fazer uma peça. Nessa peça, conheci Paulo Betti e juntos decidimos fazer a Escola de Arte Dramática em São Paulo.

RNT:  Dos palcos para a TV. O que mudou em sua vida?
Eliane Giardini: Vivemos em um país onde a TV tem uma enorme importância. Confesso que quando comecei  não era a TV que me chamava a atenção, mas com o passar do tempo, vimos esse veículo crescer, apostar nos talentos, nos dramaturgos, nos atores  e é o que temos hoje. Uma TV grandiosa, capaz de se equiparar ao que de melhor se faz em todo mundo. É muito raro hoje termos um grande artista que não faça parte do cast de uma grande emissora.

RNT: De São Paulo para o Rio de Janeiro. Como foi esse período de transição?
Eliane Giardini: Vivi em São Paulo, capital, por dez anos e minha mudança para o Rio de Janeiro foi muito feliz. Vim com minha família, cachorro e papagaio. Nos estabelecemos nessa linda cidade, cheia de luz, de cores e fomos, temos sido muito felizes aqui.

RNT: Comédia ou drama?
Eliane Giardini: Opto por um bom trabalho, grandes dramas ou grandes comédias são bem vindas.

RNT: Das personagens que fez qual sente mais saudade?
Eliane Giardini: Sinto que poderia ter dado mais anos de vida à Tarsila do Amaral. Ainda é um projeto.

RNT:  Uma personagem dos sonhos…
Eliane Giardini:  A personagem do momento é como estar apaixonada. Não cabe mais nada nem ninguém.

RNT:  O que podemos esperar em “Édipo”. Teremos a montagem clássica ou muitas surpresas estão por vir?
Eliane Giardini: É a montagem do texto clássico, não teremos nenhuma aproximação ou roupagem que nos remeta à atualidade.  Pelo contrário, fizemos uma viagem à ancestralidade, às nossas origens, ao que há de mais tribal em nossa memória.  Sófocles  criou uma obra prima, uma estória que pertence ao Tempo, que hoje,  tem a mesma  atualidade que tinha na época em que foi escrita. Assista e verá.

RNT:  Como foi o trabalho de composição de sua personagem neste espetáculo. E como surgiu o convite de atuar com Gustavo Gasparani.
Eliane Giardini: Fizemos um trabalho arqueológico, descascamos camadas e camadas de significados e entendemos que esse trabalho não tem data para terminar, nem com a estreia. Gustavo me chamou para esse trabalho e eu considerei um convite irrecusável. Não fazia teatro há seis anos, e voltar ao teatro com esse texto, com esse elenco, com esse diretor, uma alegria.

RNT:  Da Tv para os palcos...Qual a diferença dessas linguagens para a atriz Eliane Giardini?
Eliane Giardini: É sabido que a TV usa e precisa de muita naturalidade. Mas inúmeras vezes, a teatralidade encontra seu lugar na TV, como aconteceu em meu trabalho mais recente, Avenida Brasil, onde senti claramente que a amplitude que vinha conseguindo no teatro, me ajudava a dar contornos mais dramáticos ao personagem na TV.

RNT: Uma dica para quem está começando a carreira
Eliane Giardini: Sempre fazer uma boa escola, dar-se tempo para estudar, ver espetáculos, se atualizar, ler muito, o investimento é sempre proporcional ao resultado nessa profissão.

RNT:  Um recado para seus fãs aqui do Rio No Teatro.
Eliane Giardini: Venham todos ao Espaço SESC. É imperdível!!!!

Fonte: Rio no Teatro

Bate-papo com Eliane Giardini - Boca de cena

Após o sucesso em 'Avenida Brasil', atriz vive Jocasta




Do fíctício subúrbio do Divino para a Grécia Antiga. Depois de fazer um enorme sucesso como Muricy no fenômeno de teledramaturgia “Avenida Brasil”, Eliane Giardini agora encara um desafio bem diferente. Depois de ficar longe dos palcos por cinco anos, a atriz acaba de estrear o espetáculo “Édipo Rei”, com direção de Eduardo Wotzik. Em cena, ela vive Jocasta, viúva que se casa com Édipo quando ele se torna rei de Tebas, sem saber que é seu filho.

Direto de 'Avenida Brasil' para uma tragédia grega. Como foi essa mudança?
Um grande desafio. Em todos os níveis, desce conciliar horários de gravações com ensaios, até o de alternar os registros para cada interpretação.

Você tinha desejo de interpretar um personagem clássico?
Sempre tive essa vontade, mas ainda não tinha surgido a oportunidade. Encenar um clássico é uma empreitada. Precisa de excelentes atores, diretor refinado, uma produção que dê conta de tanta gente em cena e fora dela. Por isso, quando Gustavo me convidou, vi que havia chegado a hora.

Como você se preparou para viver Jocasta?
Primeiro por uma abordagem mental, de compreensão do texto, de leitura de outras peças afins, outras tragédias que abordam a lenda de Édipo. Também vi filmes e busquei referências visuais, como “Édipo Rei” de Pier Paolo Pasolini (1967).

Há um peso maior por interpretar um dos grandes papéis femininos da história do teatro?
Acho que é o momento certo para esses desafios. Tenho que tentar esses voos mais altos para me reinventar, sair de uma zona de conforto.  É o que nos mantém alertas, atentos, atualizados.

Você ficou cinco anos sem fazer teatro. Porque ficou tanto tempo afastada? Como está sendo esse retorno?
Porque acabei emendando muitos trabalhos na TV. Trabalhos irrecusáveis. Mas é chegado o momento de alternar essas experiências. Televisão, teatro e cinema estão na minha faixa de interesse. Há muito por fazer, preciso administrar meu tempo para dar conta.

Fonte: Globo Teatro