sábado, 27 de outubro de 2012

“M” de Mulher


    Caetana sintetizava a alma feminina, diz Eliane Giardini sobre sua personagem, a valente mulher de Bento Gonçalves.

   Das mulheres da casa, Caetana foi a que ganhou vida com mais rapidez na imaginação de Jayme Monjardim. Para o diretor, o papel da bela e fogosa mãe dos oito filhos de Bento Gonçalves só poderia ser de Eliane Giardini. Paulista de Sorocaba e formada em teatro pela Escola de Artes Dramáticas da USP, a atriz conheceu seus maiores sucessos depois de um longo período de reclusão, enquanto criava as duas filhas. Desde a dona Patroa, de Renascer (1993), coleciona personagens fortes, como a Lola de Explode Coração (1995), a Nazira de O Clone (2002), e a Neuta de América (2005). No cinema fez Uma Vida em Segredo, de Suzana Amaral (2001), e Olga, de Monjardim (2004).

Quem é Caetana?

Eliane Giardini: A Caetana foi construída nos moldes da mulher com M maiúsculo. Forte, batalhadora, amorosa, amante, boa mãe e boa esposa. Um coração ardendo sempre voltado para as necessidades da família. Uma mulher saudável e feliz.

Como você se preparou para ser a “Uruguaiana”?

Eliane Giardini: Sempre tenho uma abordagem de fora para dentro, lendo bastante as falas, procurando os sinais da personalidade, seus interesses, para depois me soltar no momento da gravação. Quanto ao sotaque, optamos pela leveza: apenas algumas palavras aqui e ali para pontuar sua origem.

Qual foi o maior desafio da série para você?

Eliane Giardini: Foi um trabalho coletivo. As mulheres compunham um painel emocional, como se cada uma fosse um instrumento com uma sonoridade específica, mas sempre dentro de um conjunto. Isso exigia uma acuidade ao coletivo. Cada uma procurava seu sinal característico, mas em harmonia com todas as outras.


O que você lembra das gravações?

Eliane Giardini: Minhas melhores memórias são dos 3 ou 40 primeiros dias, em São José dos Ausentes (RS), com um  frio de cortar e uma paisagem deslumbrante. Ali, com as roupas de época, na casa das sete mulheres, eu sentia que a Caetana, por alguns momentos se colocava em mim.

A que você atribuiu o êxito de público de A Casa das Sete Mulheres?

Eliane Giardini: Acredito que, quando se conta uma história como a Guerra dos Farrapos, é um ganho saber que foram pessoas que a fizeram, por que a fizeram e quais respostas encontraram. Em minha experiência, tudo o que vi em cinema ou TV e traz essa humanidade inserida nos enredos tem um impacto maior e dura mais em minha memória. Gosto em particular das séries com um enfoque histórico, embora ficcionado. Além do prazer de contar uma bela história, estamos relembrando a história do nosso país. Na maioria dos casos, pela primeira vez para o grande público.

P.S.: por acaso, esta matéria foi encontrada no email. Ela veio apenas com o texto e uma foto, que retiramos e inserimos as que estão agora. 


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