Hoje saiu no
site Ego um editorial de moda juntamente com entrevista recentíssimos da nossa
artista favorita. Trazemos abaixo a entrevista na íntegra e apenas quatro
fotos, o restante podem ser visualizadas no site EGO.
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Em ensaio de
moda para o EGO, a atriz - que vive a Ordália em ‘Amor à Vida’ - diz que
personagens a ajudaram a descobrir a própria sensualidade.
Por
Eliane Santos, do Ego Rio
Aos 60 anos, Eliane Giardini, a Ordália de “Amor à Vida”, é o ícone de
muitas mulheres: bem-sucedida na carreira, sabe lidar bem com a idade - sem
perder beleza e sensualidade para o tempo -, e ainda carrega aquele ar
desencanado de quem já aprendeu a se estressar só com o que é importante.
É assim na hora de falar que nunca se achou bonita ou sensual, e contar
como se surpreendeu ao ter que emprestar esse lado para personagens como a
Muricy, de “Avenida Brasil”, ou a Dona Patroa, de "Renascer", entre
outros. Ou na hora de assumir que, quando precisou, fez plástica, sim. Mas hoje
prefere o pilates, a dieta e a análise, já que, segundo ela, gente bonita, é
gente com cabeça boa.
Foi nesse clima descontraído que a atriz estrelou um ensaio de moda para
o EGO, em meio ao cenário charmoso do hotel La Suite, na Zona Sul do Rio de
Janeiro, e falou sobre o que é ser mulher na terceira idade em pleno século
XXI. Dona de um estilo clássico, Eliane
vestiu branco, tendência do Inverno 2013, e mostrou algumas combinações
possíveis para todas as idades.
Você acabou de sair de 'Avenida Brasil' e já está em 'Amor à Vida'.
Emendar um personagem no outro não cansa?
Demorei a começar na TV. Tenho só 20 anos de carreira no veículo. Se for
pensar bem, é pouco. Então, tenho uma fome, uma gana de fazer, e não consigo
resistir porque os personagens são sempre bons. Não sabia que iria fazer “Amor
à Vida”. Terminei “Avenida Brasil” e ia dar uma descansada para depois engrenar
“Joia Rara”, que é a próxima novela das seis. Mas nem deu tempo. Mas isso não
me cansa. Estar fazendo o que quer, o que gosta, mantém a gente viva.
A idade traz medo de perder bons papéis?
Não sei o que é esse medo porque nunca tive essa vivência. Nunca fui
mocinha, protagonista. Comecei na TV aos 40 e estou com 60 anos. Comecei com
bons papéis coadjuvantes e é isso que acho que estaria fazendo se tivesse
começado com 20 anos. Acho também que com a idade os papeis bons diminuem, mas
os bons atores também (risos).
Como é lidar com o sucesso?
Em qualquer profissão não adianta só chegar lá, o mais difícil é se
manter. Quando uma pessoa faz 30, 40 anos de sucesso, você percebe um esforço
em vários níveis. Não dá para fazer sucesso em uma área e ter a cabeça ruim em
outra. Sou uma pessoa com a cabeça muito oxigenada, que não fica presa ao
passado. Posso me reinventar o tempo todo. Mas é tudo fruto de trabalho,
pilates, análise e boa alimentação.
Envelhecer já te trouxe algum tipo de
angústia?
Traz angústia o fato de você pensar que sua pela já não é a mesma de 20
anos. É triste (risos). Ao mesmo tempo, vivemos outra época. Quando era garota,
imaginava que com 60 iria estar de bengala. Hoje, ganhamos essa extensão de
vida. Não podemos nadar contra o imponderável, mas podemos manter a máquina
azeitada.
E como você faz isso? Quais seus cuidados
de beleza?
Vou ao dermatologista, compro os creminhos, me empolgo, mas em um mês deixo
de lado (risos). Se precisar, faço uns procedimentos. Mas pouco. Só arrumar uma
coisinha aqui, a outra ali. Mas nada que descaracterize.
Já fez plástica?
Fiz no abdômen, cinco anos depois que a minha segunda filha nasceu. E fiz
um lifting há uns 10 anos. Não tenho problema nenhum com isso. Mas acho que chega
uma idade que tem que parar, senão fica esquisito. Ainda mais para o ator. Não
faço botox porque acho que engessa muito. No mais, também tento manter meu
peso. Gordura envelhece muito.
E no dia a dia, o que gosta de usar?
Sou muito básica, gosto de peças mais clássicas, retas. Não tenho frescura
para me vestir no dia a dia.
Suas personagens têm essa pegada sexy. Como
lida com essa sensualidade?
Isso é uma coisa que eu descobri com a carreira. Nunca me achei uma
pessoa bonita. Eu me achava normal. Achava que meu forte era meu talento como atriz.
Mas quando fiz “Renascer”, o Benedito Ruy Barbosa mostrou a Dona Patroa para
mim, ele enxergou essa sensualidade e começou a explorar. Era uma mulher que
ficava de camisola o tempo todo, que descobria a sexualidade. Isso aconteceu ao
mesmo tempo para mim. Profissionalmente, claro (risos). Descobrir que podia
fazer esse tipo de personagem até me assusta. Nunca me enxerguei assim.
Como a sensualidade das personagens é
transportada para a sua vida?
Já tive até “Playboy" me procurando! Falei: “Vocês estão
loucos?”(risos). Foi na época de “América”, quando fiz a Neuta. Mas para mim
não faz sentido nenhum posar nua. Nunca tive esse tipo de desejo. Se tivesse,
faria. Gosto de fazer cenas sensuais, bonitas, que tenham força erótica. Já fiz
até um seio de fora em “A casa das sete mulheres”.
E como é a vida sexual nesta fase?
Muda bastante. Sempre fui uma pessoa que viveu em parceria. Fui casada
muitos anos (a atriz foi casada por 20 anos com o ator Paulo Betti), depois
emendei um outro um relacionamento. Mas, de uns tempos para cá, estou gostando
mais da solidão, de estar sozinha. Adoro chegar em casa e não ter ninguém. Não
tenho obrigação de ficar com ninguém se não for bom. Acho que na mulher mais
velha diminui a pulsão, a necessidade de sexo. Você vai sendo convocado pela
vida para curtir outros prazeres, como amigos, viagens. Não que não haja mais
desejo sexual, mas ele modifica, você vai tendo mais critério.
Você é muito cantada na rua?
Produção: Kleyton Rigon / Assistente: Débora Mattoso
Beleza: Alexandre Glória / Agradecimentos: Hotel La Suite
Fotos: Marcos Serra Lima
Mais em: EGO Modas
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