Eliane concedeu a Maurício Colpas, do Programa MVM Brasil, uma entrevista divertidíssima e um papo delicioso acerca da sua então personagem Muricy, do sucesso Avenida Brasil que está em exibição em Portugal. Ela falou também um pouco sobre o seu início na carreira, sua relação - ou falta dela - com a culinária, seu desejo de trabalhar num projeto aos moldes de série americana, do que ela lembra das idas à terra lusitana, dentre tantas coisas.
O que transformou essa novela num grande sucesso?
Essa é a pergunta de um milhão de dólares! Se a gente soubesse, a gente conseguiria fazer uma por ano, não tem receita, né?! Escreve-se novelas e novelas, o Brasil é um país expert em fazer grandes novelas, mas é uma ou outra que extrapola, que faz esse sucesso além do normal, que a Globo já obtém há tantos anos. (...)
20 e poucos personagens, só! Excelentes personagens, a trama muito bem urdida.
Foi um trabalho que inovou em termos de fotografia, edição de vídeos, luz.. Foi um trabalho mais elaborado, diferenciado nesse sentido?
Eu acho que a cada trabalho, os diretores vão às feiras de vídeos, áudios, sempre trazendo novidades para suas novelas. Eu acho que a qualidade técnica é excepcional da tevê Globo.
E o seu personagem era com algumas características especiais. Era a Muricy, a mãe do Tufão, personagem principal da novela.
O João Emanoel, o autor, no final da novela, quando a gente já tinha terminado tudo, falou pra mim que temia muito porque era uma mãe de família, a mãe do jogador de futebol, uma mãe forte que trabalhou a vida toda, até como camelô, que sustentou a família porque o marido era um
bon vivant, o Leleco, vivia jogando sinuca, ela que sustentou a casa até que o jogador deu certo e começou a ficar rico e moravam todos juntos na mansão e a mãe tinha o lugar dela naquela casa como a matriarca da família, ao tal ponto que ela se separa do Leleco e começa a namorar um rapaz mais novo e traz o rapaz para morar dentro de casa. O João disse que teve receio dessa trama (...) e, no entanto, a família teve uma empatia tão grande, era tão humana e tinha caído tanto no gosto do público que não teve nenhuma rejeição.
Vamos passar para Portugal, você tem alguma relação pessoal, familiar?
Familiar eu tenho,... o lado materno, a minha bisavó é portuguesa. (...) também tenho amigos em Portugal. Na época que fizemos
Os Maias, por exemplo, com Luiz Fernando Carvalho, a gente teve um grande intelectual português que era o Carlos Reis (...) ele veio até o Rio para dar palestra sobre Eça de Queirós, aí ficamos amigos naquela época, enfim... é muito próximo Portugal e Brasil, né?! Quando eu fui à Portugal, já fui várias vezes, já fui abordada na rua com carinho, como eu sou aqui. As pessoas todas te conhecem muito, você é muito familiar lá.
(...)
Eu queria muito morar em Sintra (...) é fora do tempo, não sei o que é, é uma magia louca!
Eu tinha muita vontade de fazer um passeio, um grande passeio, que começava com essas festas da uva e tudo, que tinham barcos que desciam o Rio Douro e parando nessas vinícolas (...) isso é um programa que eu quero fazer! Outro é nadar no Rio Paiva, que dizem que um dos rios mais limpos do mundo.
Existe algum personagem que você nunca fez, com alguma característica especial que você gostaria de fazer?
Talvez menos personagens e mais formatos de programa. Talvez eu gostasse de fazer uma série, uma série tipo essas séries americanas, que arrebentam, são séries fortes. Na época da Avenida Brasil, a gente pensou na família Tufão virar série, escrita pelo João mesmo, dirigida pela equipe que nos dirigia.
E quando você descobriu que existia ali uma atriz, que era o caminho que você tinha que seguir?
Eu tive a sorte de ter um grande ator, que é um tio meu que mora na Paraíba e que escreve, dirige, atua, pinta, é uma pessoa incrível, muito talentoso, e ele resolveu fazer um filme na PB, ele tinha vinte e poucos anos, foi o primeiro e único longa-metragem que foi feito na PB; e ele veio pro Sul e eu fui junto com ele, nessa farra de fazer esse filme. Eu voltei e já era uma atriz de cinema e as coisas já começaram a ficar mais fáceis, vim pra São Paulo fazer Escola de Artes Dramáticas e por aí foi embora.
Você consegue se imaginar em outra profissão?
Consigo. Acho que eu seria paisagista ou arquiteta, eu adoro isso também.
(...)
É um dos meus planos agora: entrar num curso e aprender a fazer algumas coisas. (...) Eu quero aprender a cozinhar, mas adoro comer bem.
Segue vídeo completo, bem como o link do site:
Site:
e-feitovisual
Agradecimentos: Victoria Massarioli e Danielle Busarello